Jackson responderá por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores. O homem permanecerá preso pela morte ...
Jackson responderá por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores. O homem permanecerá preso pela morte da criança
O Tribunal do Júri de Brasília aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e tornou réu Jackson Nunes de Souza, 19 anos, conhecido como “Digão”, acusado de envolvimento no homicídio do menino João Miguel, de 10 anos.
Jackson foi denunciado pelo MPDFT por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores. A denúncia alegou que a ação teve motivo torpe (retaliação por conta de dívida anterior aos fatos); meio cruel (por asfixia); emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima (foi atacado subitamente); e o crime praticado contra menor de 14 anos de idade.
Segundo o MP, embora o inquérito conduzido pela 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) tenha apontado que Jackson teria cometido apenas o crime de ocultação de cadáver e que os menores que o acompanhavam teriam sido os autores do homicídio, uma análise aprofundada das provas sugere que ele, como maior de idade, tinha domínio sobre o ocorrido e teria determinado a morte da vítima, “valendo-se dos menores para consumar o crime”.
Preso preventivamente desde terça-feira (29/10), Jackson confessou, em depoimento na delegacia, ter envolvimento no crime, mas afirmou que a ideia partiu da namorada, menor de idade. Ele relatou que, no dia do desaparecimento de João, em 30 de agosto, não estava em casa e só chegou ao fim do dia, momento em que encontrou o corpo do garoto na residência, já sem vida. Em seguida, teria auxiliado na ocultação do cadáver.
Na decisão que o tornou réu, assinada pelo juiz Paulo Rogério Santos Giordano, na terça-feira (5/11), ficou determinado que o acusado permanecerá preso. Jackson terá um prazo de 10 dias para responder à acusação e indicar um defensor.
O crime
João Miguel desapareceu na tarde de 30 de agosto, depois de sair de casa para brincar na rua, no Setor de Inflamáveis. Segundo as investigações, o menino foi à casa de Jackson para vender cigarro eletrônico. Na residência, estavam a namorada e os dois irmãos de Jackson. Os três teriam traçado um plano para matar o garoto.
Conforme o Correio revelou em primeira mão, antes do desaparecimento de João Miguel, os parentes da criança souberam de um episódio envolvendo o sumiço de um cavalo de Jackson. No dia do sumiço do animal, Jackson emprestou um dos cavalos para João Miguel ir até o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) na companhia dele e da namorada. Os três seguiram até um local onde pegariam lavagem para os animais e, na volta, João Miguel teria soltado o cavalo propositalmente, mas a família da vítima acredita que o menino desprendeu o animal por acidente.
O cavalo foi localizado um mês depois, no curral da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) e, para retirá-lo, o valor a ser pago seria de R$ 2,5 mil. Esse teria sido o motivo do assassinato de João, de acordo com a polícia.
João Miguel foi encontrado 15 dias depois do desaparecimento em uma vala, no Lucio Costa, no Guará. O corpo da criança estava envolto a um lençol e com sinais de asfixia.
Com informação: CB
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