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Obras vão modernizar sistemas hídricos na Bacia do Rio Preto

  Reforma dos canais e construção de reservatórios beneficiam famílias rurais e garantem uso consciente da água Produtores rurais da Bacia d...

 Reforma dos canais e construção de reservatórios beneficiam famílias rurais e garantem uso consciente da água

Produtores rurais da Bacia do Rio Preto, na região administrativa de Planaltina, terão oito canais de irrigação reformados, num total de quase 16km, além de 245 reservatórios lonados para utilizar a água de forma mais sustentável. Na manhã desta sexta-feira (18), foi assinado o termo de entrega de materiais para as obras, numa solenidade que reuniu representantes do GDF, governo federal, entidades representativas e dos agricultores da região.

O projeto é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre Seagri, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Agência da Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV), Adasa e Emater-DF | Foto: Divulgação/Emater-DF

O evento contou com uma mesa-redonda composta por especialistas que discutiram aspectos técnicos, ambientais e econômicos ligados ao uso sustentável da água para irrigação. A mesa focou nos desafios e soluções para a sustentabilidade hídrica, bem como nas práticas que asseguram o manejo correto e eficiente da água na Bacia do São Francisco.

Os participantes realizaram visita técnica a uma propriedade que já implementou o tanque lonado e o sistema de irrigação, onde todos puderam observar na prática o funcionamento dos materiais entregues, destacando os benefícios da modernização dos sistemas e a redução das perdas de água.

“O trabalho de modernização dos sistemas de irrigação e a construção de reservatórios vão trazer benefícios significativos para os produtores da Bacia do Rio Preto, que agora poderão contar com uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos”

Cleison Duval, presidente da Emater-DF

O projeto é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre Secretaria de Agricultura (Seagri), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Agência da Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV), Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) e da Emater-DF.

“O trabalho de modernização dos sistemas de irrigação e a construção de reservatórios vão trazer benefícios significativos para os produtores da Bacia do Rio Preto, que agora poderão contar com uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos. São muitas instituições trabalhando desde o lençol freático, com instalação de 750 sistemas de saneamento, proteção e recuperação de nascentes e programas como o Produtor de Água”, afirmou Cleison Duval, presidente da Emater-DF. Ele destacou ainda que, nos últimos cinco anos, o Governo do Distrito Federal (GDF) revitalizou mais de 150 km de canais de irrigação.

De acordo com o secretário de Agricultura, Rafael Bueno, o GDF está preocupado em otimizar os recursos hídricos, que são finitos. “Doamos mais de 80 mil mudas para o Programa Reflorestar, recuperamos estradas e canais. Se a água for bem utilizada, teremos constantemente”, observou.

O presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, destacou a redução da vazão do rio São Francisco e a necessidade de diminuir as perdas de água. “Ações como essa servem para o produtor ter real valor do uso da água e a refletir sobre a eficiência na irrigação”, observou.

A iniciativa busca garantir o uso sustentável da água e melhorar a infraestrutura de irrigação na Bacia do Rio Preto, contribuindo para a preservação ambiental

O diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Nazareno Araújo, lembrou que daqui a 16 anos poderemos ter 40% menos água se ações não forem adotadas. “Com isso, perdemos dinheiro e produção. Por isso, celebramos essa junção entre os governos federal e distrital e setores da sociedade para unir esforços e preservar os recursos hídricos”, avaliou.

“Quando conseguimos unir os órgãos de governo e a sociedade civil, os resultados são sempre melhores. É fundamental que trabalhemos de forma integrada para oferecer serviços de qualidade e garantir a satisfação dos cidadãos. A Adasa, por exemplo, está investindo na digitalização, com o lançamento de um aplicativo que facilita a comunicação e oferece serviços como solicitação de outorga, simulações de valores e consulta de informações”, acrescentou o diretor-presidente Adasa, Raimundo Ribeiro.

A cerimônia foi marcada ainda pelas falas de Alexandre Saia, coordenador-geral de políticas públicas de recursos hídricos do Ministério da Integração Nacional. Ele parabenizou os envolvidos e reforçou o compromisso do governo com a segurança hídrica: “O ministério valoriza iniciativas como esta, que colocam a segurança hídrica como prioridade. O trabalho de conscientização e a parceria com os produtores são essenciais para o uso adequado da água e a preservação dos mananciais.”

Ivan Engler, presidente da Cooperativa Central dos Agricultores Familiares do Distrito Federal, destacou a importância da iniciativa para os produtores da região. Segundo ele, a entrega dos novos equipamentos é a realização de um antigo desejo da comunidade: “É o sonho que a gente tinha de poder produzir com segurança. Com a tubulação, evitamos a perda de água. E agora, com as geomembranas, conseguimos armazenar a água e garantir a irrigação o ano todo. Isso nos dá a certeza de que podemos plantar sem medo de faltar água”. Engler também mencionou a possibilidade de diversificação das atividades dos produtores, com a criação de peixes, por exemplo.

A iniciativa é resultado de um acordo de cooperação técnica entre diversas instituições, que busca garantir o uso sustentável da água e melhorar a infraestrutura de irrigação na Bacia do Rio Preto, contribuindo para a preservação ambiental e o desenvolvimento da agricultura familiar na região. Com as ações em andamento, a expectativa é que o projeto fortaleça a produção agrícola local e promova maior segurança hídrica para os produtores.

O Rio Preto, que nasce na Lagoa Feia, em Formosa (GO), banha parte da região leste do Distrito Federal, beneficiando vários núcleos rurais de importante produção agrícola, e deságua no Rio Paracatu, em Minas Gerais, que é afluente do Rio São Francisco.

Com informações da Emater-DF

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