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Veja o que se sabe sobre a operação que mirou Deolane Bezerra e grupo ligado a bets

  Dentre os bens apreendidos está o avião que era de Gusttavo Lima, mas foi vendido para o dono da casa de apostas Vai de Bet A  Operação In...

 Dentre os bens apreendidos está o avião que era de Gusttavo Lima, mas foi vendido para o dono da casa de apostas Vai de Bet


Operação Integration, comandada pela Polícia Civil de Pernambuco, investiga lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. Na ação, foram emitidos 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores, além do bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. 

Uma das pessoas presas foi a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra. Segundo a irmã da influencer, a mãe delas também foi presa.

Já dentre os bens apreendidos está o avião que era de Gusttavo Lima, mas foi vendido para o dono da casa de apostas Vai de Bet. A aeronave segue no nome do cantor enquanto o pagamento integral do bem não é concluído.

Os sites de aposta investigados afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades. Já Deolane diz ser vítima de "grande injustiça" e sua defesa acrescenta tratar as questões legais com "seriedade e transparência".

O que é e qual o objetivo da Operação Integration?

A 42ª Operação de Repressão Qualificada, denominada Integration, foi deflagrada em 2023 pela Polícia Civil de Pernambuco, com colaboração das polícias civis de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás. A ação mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

As autoridades dizem que entre os alvos estão grupos ligados às bets (sites de apostas esportivas), que são regulares, mas afirmam que o alvo da investigação são os jogos de azar online, atividades não permitidas pela lei.

Segundo o Ministério da Justiça, a organização usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavar dinheiro por meio de depósitos, transações bancárias e compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis.

A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil e foi dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos - esta última é a que ocorre agora e motivou a prisão de Deolane e do avião em nome de Gusttavo Lima.

Quem foi preso?

A operação cumpre 19 mandados de prisão. Entre eles, está a influenciadora digital Deolane Bezerra, de 36 anos. Segundo a irmã da influencer, a mãe delas também foi presa. Não foi divulgada a ligação delas com os crimes investigados.

A polícia não divulgou nome de outras pessoas investigadas. Até o fim da manhã de hoje, havia um foragido.

Quais bens foram apreendidos?

A investigação identificou movimentação financeira atípica de pessoas físicas e jurídicas, incompatíveis com a declaração de bens, conforme o ministério.

São 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e dinheiro. Também foram bloqueados ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.

Dentre os bens, foi apreendido em Jundiaí, no interior paulista, o avião que foi vendido pela empresa do cantor Gusttavo Lima para a JMJ participações, cujo proprietário é José André da Rocha Neto, mesmo dono da casa de apostas VaideBet, que é investigada pela operação. A aeronave ainda está no nome da empresa do artista sertanejo enquanto o pagamento não é concluído pela compradora, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Foram adotadas ainda medidas de entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.

Quais empresas estão sendo investigadas?

As casas de aposta VaideBet e Esportes de Sorte estão sendo investigadas na operação. A polícia não informou se há outras empresas.

Há relação de Gusttavo Lima com os crimes investigados?

Não há denúncia contra Gusttavo Lima e a assessoria do artista afirma que o avião apreendido não é mais dele, constando como proprietário apenas "no papel", já que a aeronave foi vendida para uma empresa do dono da VaideBet.

O cantor é patrocinador oficial e garoto propaganda da VaideBet.

O que dizem os investigados?

O escritório Adelia Soares Advogados, que representa Deolane e a mãe, diz ter "plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colabora com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos".

"Até o momento, o que nós e advogados sabemos sobre isso é que um processo relacionado à empresa Esportes da Sorte. Ainda não sabemos o real motivo disso, mas sabemos que é uma empresa que atua em todo o Brasil com diversos influenciadores, com diversas emissoras de televisão e até onde sei é uma empresa idônea", afirmou Dayanne Bezerra, irmã de Deolane.

A Esportes da Sorte disse que ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede, em Recife. O site disse ainda que suas atividades cumprem as leis e afirmou estar à disposição das autoridades.

A empresa diz que, desde março de 2023, "tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados" pela defesa. Afirmou ainda que suas atividades de aposta de cotas fixas cumprem "rigorosamente" as Lei n.º 13.756/2018 e14.790/2023, "com excelência jurídico-regulatória, acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance".

Segundo o site, houve "interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados". Tanto é assim, prossegue "que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa".

Já a VaideBet afirmou que acompanha a operação da Polícia Civil e que se colocará plenamente à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados quanto à atuação da empresa e de seus sócios.

"A marca, no entanto, ressalta que recebeu com surpresa o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado nesta quarta-feira, uma vez que desde o ano passado se prontificou em contribuir com as investigações, tendo previamente indicado os endereços e contatos pertinentes", informou, em nota.

"As atividades da empresa até aqui são pautadas pelo estrito cumprimento da legislação vigente e já estão adequadas à regulação do setor para 2025. Ainda no mês de agosto, o Grupo BPX, empresa detentora da marca VaideBet, deu entrada no requerimento da licença junto ao governo federal para obtenção da outorga para atuação regularizada no Brasil a partir do início do próximo ano", acrescentou.

Com informação:  ESTADAO CONTEUDO

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