Imigrantes das mais diferentes nacionalidades encontram no programa uma alternativa para reconstruírem a vida longe de seus países de orig...
Imigrantes das mais diferentes nacionalidades encontram no programa uma alternativa para reconstruírem a vida longe de seus países de origem e serem inseridos no mercado de trabalho
“Tudo o que eu quero é um emprego digno”, desabafa Richard Pantoja, 50 anos, refugiado venezuelano. Pai de seis filhos, sendo quatro residentes no Brasil, o imigrante diz ter encontrado, na capital federal, uma chance de recomeçar. Hoje, ele integra o grupo de estrangeiros em situação de vulnerabilidade social acolhidos pelo RenovaDF – programa do Governo do Distrito Federal (GDF) que associa qualificação profissional à preservação de espaços comunitários.
Pantoja relata ter vindo ao Brasil em busca de melhores condições de vida. No entanto, assim como ele, muitos refugiados que chegam ao país enfrentam desafios significativos ao tentar reconstruir suas vidas. Neste contexto, o programa tem lhe dado a oportunidade de adquirir novas habilidades, de construir novas redes de apoio e de se familiarizar com a cultura e a sociedade brasileira.
“Fico muito agradecido ao Brasil por ter me aberto as portas e me dado oportunidades. O RenovaDF é uma dessas oportunidades”, enfatiza. “Entrei com a finalidade de me capacitar para melhorar meu ramo de trabalho e conseguir um emprego melhor para sustentar minha família. É como uma catapulta que me impulsiona para a frente”, completa o estrangeiro, que trabalhava como motorista em seu país natal.
Histórias de sucesso
A também venezuelana Dariana Pacheco, 21, diz que ficou sabendo do programa por meio de conterrâneos e ex-alunos, que relataram experiências positivas com a iniciativa. “Eles me falaram que era um curso que ajudava muito a gente a obter conhecimento e ter uma melhor qualidade de vida”, explica. “Eu vi o anúncio pelas redes sociais, me inscrevi e aguardei. Quando vi meu nome na lista fiquei muito feliz, falei para meu pai e para o meu marido”, prossegue.
Os imigrantes, contudo, não são os únicos a terem a vida transformada pelo RenovaDF. Hoje instrutor da turma de refugiados, Hermito Chaves, 51, foi aluno do programa em 2022 e graças ao empenho no curso foi chamado para repassar o conhecimento adquirido adiante.
“Na época, me inscrevi pois estávamos saindo de uma pandemia. Fui chamado, participei e estou como instrutor há um ano”, conta. “O RenovaDF não classifica as pessoas para excluí-las, mas para incluí-las, independentemente da classe social e de onde ela venha. O mais legal do programa é essa característica de acolhimento”, finaliza o professor.
Capacitação profissional
Durante o RenovaDF, Pantoja e os outros 3,5 mil alunos do curso têm acesso a conteúdos práticos e teóricos de áreas essenciais de manutenção. Além do aprendizado, os participantes também ajudam a recuperar equipamentos públicos da capital federal.
Outro benefício direto de participar da iniciativa é se capacitar profissionalmente para o mercado de trabalho. “É importante para que ele chegue ao mercado não sabendo apenas a teoria, mas a prática. Muitos chegam ao curso sem saber nada da área de construção civil e saem sabendo o que terão de fazer quando trabalharem em empresas”, detalha o instrutor Erick Patrick, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), entidade responsável por coordenar as aulas.
Desde o dia 2 de janeiro, os alunos dos quinto e sexto ciclos já estão com a mão na massa. Cerca de 3.500 profissionais estudam e trabalham de segunda a sexta-feira para recuperar mais de 165 equipamentos públicos espalhados em 19 regiões administrativas do DF.
Para quem tem interesse em participar do RenovaDF, fique de olho, pois o edital com os novos ciclos vai ser publicado nos próximos dias. Os cursos têm duração de 240 horas, divididas em três etapas de 80 horas, com quatro horas diárias de atividades. Os alunos recebem auxílio pecuniário equivalente a um salário mínimo após a conclusão de cada 80 horas, auxílio-transporte, seguro contra acidentes pessoais e certificado.
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