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Aleitamento materno no DF supera média nacional

   Levantamento feito pela Secretaria de Saúde mostra que 66,2% dos bebês de até 6 meses se alimentam só de leite materno. Trabalho realizad...

  Levantamento feito pela Secretaria de Saúde mostra que 66,2% dos bebês de até 6 meses se alimentam só de leite materno. Trabalho realizado na rede pública garante assistência do pré-natal ao puerpério

O Distrito Federal ultrapassou a média nacional de aleitamento materno. Estudo elaborado pela Secretaria de Saúde (SES-DF) revelou que 66,2% dos bebês de até seis meses se alimentavam apenas do leite da mãe, número quase 20 pontos porcentuais acima do índice registrado no Brasil, que é de 45,7%. Além disso, 66% das crianças entre 6 e 24 meses ainda estavam em amamentação continuada, número maior que a média brasileira, de 43,6%. Os dados são do boletim informativo Estado Nutricional e Consumo Alimentar no Distrito Federal desenvolvido pela Gerência de Serviços de Nutrição, da Secretaria de Saúde (SES-DF).

O estudo reúne os dados coletados pelo sistema informatizado e-SUS, que traz o prontuário eletrônico do atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs). Lançada internamente em 27 de dezembro do ano passado, a pesquisa analisa as informações referentes ao período de 2022.

Brasília conta com a Casa de Parto de São Sebastião e mais nove hospitais certificados com o selo Amigo da Criança | Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília

 

“Conseguimos fazer esse boletim anualmente referente ao ano anterior. Ele traz todos os dados dos pacientes acompanhados pela Atenção Primária, com informações sobre consumo alimentar”, afirma a gerente de Serviços de Nutrição da SES-DF, Carolina Gama. “Os dados do estudo começam bem mostrando que estamos de acordo com a orientação da OMS de manter a amamentação até os 2 anos”, completa.

O bom resultado do DF reflete o trabalho feito na rede pública de Saúde, com assistência às mães durante o pré-natal, o parto e o pós-parto nos hospitais e nas unidades básicas de saúde (UBSs). Anualmente os profissionais da saúde são capacitados sobre manejo de amamentação e aconselhamento de amamentação.

“Toda mãe que tem um bebê na rede pública tem assistência à amamentação. Ela recebe apoio e orientação de posicionamento, pega, não utilização de bicos, chupetas e mamadeiras, como resolver as dificuldades e é informada da importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e continuado até pelo menos 2 anos”, revela a coordenadora do Centro de Referência em Bancos de Leites Humanos do DF, a enfermeira Graça da Cruz.

A capital conta com a Casa de Parto de São Sebastião e mais nove hospitais certificados com o selo Amigo da Criança, conferido pelo Ministério da Saúde aos locais que cumprem os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno instituídos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Há ainda 14 bancos de leite humano e sete postos de coleta.

“A Rede Brasileira de Banco de Leite Humano é muito forte. Todas as unidades de UTI neonatal do DF têm banco de leite e postos de coleta que prestam assistência à amamentação. O que é muito importante porque a amamentação não é fácil. Essa mulher precisa de apoio e oferecemos de modo que ela seja protagonista e tenha uma rede apoio efetiva na família”, acrescenta a enfermeira.

Além disso, existe um esforço do governo para alcançar 100% das crianças. “Ainda vamos trabalhar para que esses outros 33% tenham oportunidade de receber os benefícios do aleitamento materno. Para melhorar ainda mais esse índice, precisamos que a rede suplementar também oferte essa assistência”, complementa Graça da Cruz.

Pontos de atenção

Apesar dos bons números em relação ao aleitamento materno, o estudo revela aspectos que merecem atenção do sistema público. “O que a gente pretende com esse boletim é trazer os dados da vigilância alimentar e nutricional para que as equipes de saúde possam utilizar para o planejamento de ações”, afirma Carolina Gama.

Os pontos de preocupação são o consumo de ultraprocessados (produtos alimentares e bebidas que sofreram tipos específicos de processamento contendo substâncias sintetizadas) e os índices de sobrepeso e obesidade.

A pesquisa mostra que 35% das crianças de 6 a 24 meses consomem alimentos ultraprocessados. O número cresce mais ainda nas outras faixas etárias representando 81%, de 2 a 4 anos; 87%, de 5 a 10 anos; e 83%, adolescentes. Nos adultos, a prevalência também é alta, marcando 75%.

O excesso de peso também é outro aspecto de alerta. O estudo traz que entre os adultos a maioria está em sobrepeso, o equivalente a 34,77%. Há também o percentual de 19,56% com obesidade. Nos idosos, os índices são superiores, com 50,93% com sobrepeso.

“Esses dados ajudam as equipes de saúde, os gestores locais e as regionais de saúde a utilizarem essa realidade para o desenvolvimento de ações que tenham como objetivo minimamente conter esse cenário, além do objetivo de melhorar para ter uma sociedade mais saudável”, completa a nutricionista.

Hoje, o governo já atua nesse sentido com nutricionistas integrando as equipes multidisciplinares das unidades básicas de saúde. As UBSs também contam com atividades coletivas e individuais para promoção da vida mais saudável.

Com informação: Agência Brasília

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