O montante em dinheiro, no entanto, não consta no boletim de ocorrência, como é praxe em casos envolvendo homicídios. Pedro Rodrigues Filh...
O montante em dinheiro, no entanto, não consta no boletim de ocorrência, como é praxe em casos envolvendo homicídios.
Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador, 68, carregava R$ 750 no bolso no momento em que foi assassinado na porta da casa de uma irmã no domingo (5), em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Ele foi atingido por tiros e depois degolado. Um dos autores do crime utilizava uma máscara do personagem Coringa, segundo relato de uma testemunha.
O montante em dinheiro, no entanto, não consta no boletim de ocorrência, como é praxe em casos envolvendo homicídios. Nessas ocorrências, todos os pertences das vítimas costumam ser discriminados e, em alguns casos, apreendidos com o objetivo de auxiliar nas investigações.
O boletim de ocorrência, ao qual a reportagem teve acesso, foi emitido ainda no domingo, por volta das 17h40. Nele, consta apenas a apreensão de um telefone celular, que estava em posse de Pedrinho, além de um veículo Volkswagen Gol, que teria sido utilizado como meio de transporte pelos matadores. O documento também apresenta a apreensão de um galão.
A reportagem questionou à SSP (Secretaria de Segurança Pública) a ausência da informação sobre o montante encontrado, mas não houve resposta. Em nota, a SSP disse que Polícia Civil devolveu documentos e o valor de R$ 750 para a irmã da vítima. A pasta confirmou a apreensão do celular que estava com Pedrinho.
Para a advogada criminalista e especialista em perícias criminais Roselle Soglio, o montante deveria ter permanecido em poder do Estado por mais tempo. "Até que exista prova segura de que o dinheiro não seja produto de crime, ele fica custodiado ao Estado, e o delegado determina que seja depositado em conta judicial", afirma.
Soglio, que também é professora de direito penal e direito processual penal, diz também que tudo que estava em poder de Pedrinho Matador deveria ter sido descrito no boletim de ocorrência.
Já o advogado criminalista Roberto Tardelli não vê problemas na condução da ocorrência.
"Não vejo irregularidade, é pouco mais do que a metade de um salário-mínimo. Houve a informação. Ademais, esse dinheiro não está relacionado com o crime. Era algo que estava com ele, sendo entregue a um familiar próximo", diz Tardelli.
Responsável por mais de cem assassinatos e considerado um dos maiores serial killers brasileiros, Pedrinho Matador foi assassinado enquanto estava sentado em uma cadeira na calçada da rua José Rodrigues da Costa.
Pedrinho Matador passou 42 anos preso e foi solto em 2018. Desde então, vivia em Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, enquanto parte de seus familiares morava em Mogi das Cruzes.
De acordo com a SSP, o Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Mogi das Cruzes segue empenhado em identificar os autores do crime e esclarecer os fatos. Outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial, afirma a pasta, em nota.
Com informação: FOLHAPRESS
Nenhum comentário