O tema é abordado no livro "O discreto charme do intestino", obra escrita pela gastroenterologista alemã, Giulia Enders Pensar no ...
O tema é abordado no livro "O discreto charme do intestino", obra escrita pela gastroenterologista alemã, Giulia Enders
Pensar no intestino é também lembrar dos barulhos constrangedores ou cheiros desagradáveis, consequências que podem ser causadas por aquilo que comemos. Contudo, seu papel vai além da alimentação. O órgão é capaz de influenciar o humor, estresse, transtornos psicológicos e declínios cognitivos. O tema é abordado no livro "O discreto charme do intestino", obra escrita pela gastroenterologista alemã, Giulia Enders.
O que explicaria, por exemplo, aquela dor de barriga em momentos de estresse ou ansiedade? O cérebro e o intestino se conectam por meio de uma íntima rede nervosa em uma comunicação que ocorrer nos dois sentidos.
"Um intestino que não se sente bem pode prejudicar nosso ânimo de maneira mais sutil, da mesma forma que um intestino saudável e bem nutrido pode melhorar ligeiramente nosso humor", escreve Enders.
Quando o ponto de partida é o intestino, os neurônios saem do trato gastrointestinal e chegam a áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, pela memória e pela motivação, diz a obra. Isso também justifica o aumento do risco de ansiedade e depressão entre aqueles que possuem diagnóstico de intolerâncias alimentares ou doenças intestinais, como a síndrome do intestino irritável.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Enders afirma que descobertas recentes consolidaram as ligações entre transtornos mentais e declínios cognitivos explorados no livro, lançado originalmente no idioma alemão há quase 10 anos.
"Agora nós temos estudos muito precisos ligando doença de Parkinson e depressão a mudanças nas bactérias no intestino", afirma.
A Helicobacter pylori, por exemplo, responsável pelas úlceras estomacais, é associada a uma maior probabilidade de desenvolvimento de Parkinson. O crescimento exagerado de bactérias ruins também pode comprometer a absorção de vitaminas, aumentar o risco de alterações metabólicas em indivíduos obesos e causar doenças inflamatórias intestinais.
Os tipos de estímulos enviados ao cérebro dependem da alimentação, mas o conjunto de microrganismos que vivem no intestino é mais determinante, diz a obra. Estudos mostram que a presença de algumas bactérias no órgão, como a família de Lactobacillus, podem diminuir a quantidade de hormônios do estresse no sangue e aumentar a capacidade de sono, aprendizado e memória.
Com informação: FOLHAPRESS
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