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No Dia de Combate ao Câncer, especialistas alertam para tumor de intestino

  Doença tem grande chance de cura; prevenção é feita com mudanças de hábitos e rastreamento Neste sábado, 4 de fevereiro, celebra-se o Dia ...

 Doença tem grande chance de cura; prevenção é feita com mudanças de hábitos e rastreamento

Neste sábado, 4 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer, iniciativa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC). A data serve para chamar atenção sobre a doença que, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), deve ter 704 mil novos casos por ano no Brasil entre 2023 e 2025. Só no Distrito Federal, a pesquisa prevê 6.420 novos casos.

Exames preventivos, orienta a Secretaria de Saúde, devem ser feitos por pessoas na faixa etária de risco de 50 a 75 anos | Foto: Luiz Fernando Cândido/Agência Saúde

Para enfrentar a doença na capital federal, a Secretaria de Saúde (SES) investe em políticas públicas de prevenção primária e secundária – com promoção de saúde e exames de rastreamento – e terciária – com enfoque na detecção precoce -, além da oferta de tratamento oncológico em unidades de alta complexidade: Hospital de Base, Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Tumor silencioso

“O mais importante dentro do escopo da SES é o enfoque que se destina à promoção de saúde”, afirma o chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan), Gustavo Ribas. “São políticas públicas no sentido de disseminar a qualidade de vida e mitigar a vulnerabilidade do cidadão, com medidas educacionais, campanhas, exames de rastreamento em quadros sem sintomas e de detecção de alguma lesão, além da atuação após o diagnóstico.” 

Intitulado Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, o estudo também revela os tipos de câncer com maior ocorrência, com câncer de mama e de próstata em primeiro lugar para mulheres e homens, respectivamente, e câncer de intestino na segunda posição.

Terceiro tumor mais comum hoje no Brasil e, segundo o Inca, com estimativa de mais de 45 mil novos casos, o câncer de cólon e reto ou câncer colorretal, como também é chamado, ainda é uma doença pouco conhecida pela população em geral, por se tratar de um tumor silencioso.

“Ainda é um câncer pouco falado, que ganhou mais destaque recentemente com casos famosos, como do Pelé e do Roberto Dinamite”, pontua a proctologista da SES Nadja Nóbrega de Queiroz, referência técnica distrital da Asccan. “Vemos esse aumento da incidência de pacientes com tumores de intestino e precisamos reforçar essa orientação sobre os sintomas e ofertar os exames.”

A doença

O câncer colorretal é um tumor em qualquer segmento do intestino grosso, do ceco (ponto do intestino delgado que se une ao grosso no início do cólon ascendente) ao reto (câmara que começa no fim do grosso após o cólon sigmóide e termina no ânus). Ocorre quase sempre a partir de pólipos benignos que crescem na parede de intestino.

Apesar do grande índice de cura, o maior problema da doença é a ausência de sintomas evidentes na fase inicial, bem como a possibilidade de os pacientes ignorarem os sintomas. Os principais sinais de alerta são sangue nas fezes, mudança do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, alteração na forma das fezes (formato de fita, achatadas, finas ou compridas), fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente e aumento da massa abdominal.

“É preciso ficar atento a alguns sintomas de alteração do hábito intestinal num período de mais de 30 dias; a recomendação é procurar um médico para avaliar”, orienta a médica.

Quando o paciente não apresenta sinais, mas está na faixa etária de risco dos 50 aos 75 anos ou tem fatores de risco como doenças intestinais inflamatórias, síndromes hereditárias e histórico familiar, a recomendação é pelo rastreamento secundário, com realização de exame preliminar.

O exame inicial mais comum é a pesquisa do sangue oculto nas fezes, que ajuda a detectar a presença de sangramento no intestino grosso. Caso haja um resultado positivo, é indicada a colonoscopia – que analisa a saúde do interior do cólon e do reto e retira pólipos caso identificados – ou a retossigmoidoscopia flexível, para avaliar o canal anal, reto e cólon sigmoide.

Todos esses exames são recomendados após análise durante consulta com o médico da família nas unidades básicas de saúde (UBSs) do DF. De janeiro a novembro do ano passado, foram feitas 6.066 colonoscopias e 1.144 retossigmoidoscopias na rede pública de saúde.

Tratamento

“A porta de entrada é a UBS com o médico de família; ele é o nosso link”, explica a proctologista. “Se aparecer um pólipo, vai ser feita a retirada e o acompanhamento médico continuará sendo na atenção primária. Se vier diagnóstico, vai ser regulado numa consulta com a proctologia.”

Os casos diagnosticados de câncer são encaminhados para os hospitais, onde o tratamento pode ser cirúrgico e às vezes acompanhado de radioterapia ou quimioterapia, a depender do tumor.

Um câncer de intestino identificado no estágio inicial tem mais de 95% de chances de cura. No estágio mais avançado, a sobrevida gira em torno de 60% em cinco anos. Entre 2019 e 2020, segundo o Atlas de Mortalidade do Câncer do Inca, o DF teve 583 óbitos por câncer de intestino.

Novos hábitos

Estudos científicos mostram que 30% dos tumores podem ser evitados com a mudança no estilo de vida. No caso da prevenção ao câncer de intestino, recomenda-se praticar atividades físicas, evitar o consumo de carne processada, alimentos defumados e bebida alcoólica e limitar o consumo de carne vermelha.

“Esses fatores estão todos confirmados que têm uma relação direta”, aponta Nadja Queiroz. “Nós precisamos informar a população sobre isso e fazer o rastreamento primário, que é sugerir essa mudança no estilo de vida para se proteger contra o câncer de intestino.”

Com informação: Agência Brasília 

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