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A cidade dorme, mas serviços de sinalização viária e de limpeza não param

  Áreas como o transporte público, a segurança e a vigilância ambiental também funcionam à noite e durante a madrugada. O cair da noite nas ...

 Áreas como o transporte público, a segurança e a vigilância ambiental também funcionam à noite e durante a madrugada. O cair da noite nas ru...


Áreas como o transporte público, a segurança e a vigilância ambiental também funcionam à noite e durante a madrugada.

O cair da noite nas ruas do Distrito Federal nem sempre significa a hora do descanso ou de diminuir o ritmo dos trabalhos. Pelo contrário. É neste momento que diversos serviços são prestados à população, seja para garantir a limpeza, a segurança ou a mobilidade dos moradores do DF. Ações que, muitas vezes, são complementares às atividades diurnas. Mas, também, invadem a madrugada de uma capital movimentada.

Além dos atendimentos chamados essenciais – casos da segurança pública, da saúde e da educação –, o Governo do Distrito Federal (GDF) executa diversos outros serviços no período noturno. O recolhimento do lixo dos contêineres, por exemplo, não é feito somente ao longo do dia. A coleta convencional e a varrição adentram a madrugada em várias regiões administrativas (RAs), sob responsabilidade do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

Limpeza a qualquer hora

Três empresas terceirizadas pelo órgão se dividem para a coleta noturna, que começa às 19h e em algumas cidades se estende até as 2h30. Em outras, se encerra às 0h. A varrição, a cargo dos garis, é finalizada às 0h20. No Plano Piloto, por exemplo, as áreas comerciais têm seus resíduos recolhidos à noite, geralmente restos juntados por restaurantes, bares e mercados.

O gari Wudson de Oliveira diz: “É um orgulho grande ver a nossa cidade limpa” | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Wudson de Oliveira, 49 anos, é gari coletor há 20 anos. Compõe a equipe do caminhão que vai passando pelos quarteirões. O expediente, geralmente, termina por volta de 1h da madrugada, mas não o incomoda.

“Gosto demais do meu emprego. É um orgulho grande ver a nossa cidade limpa e esse é o meu ‘ganha-pão’”, conta. “O lixo cheira mal, né? Então a coleta tem que continuar de noite”, emenda. Encerrado o expediente, segue para a Rodoviária do Plano para pegar o ônibus “corujão” rumo ao Setor O, em Ceilândia.

“Corujões” rodando pela madrugada

Além de Wudson, centenas de passageiros são atendidos pelos “corujões” disponibilizados pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob). São 17 linhas que operam entre 23h e 6h da manhã, com destino a cidades como Taguatinga, Ceilândia, Gama, Santa Maria, Riacho Fundo, entre outras. E mais 49 que se estendem até pelo menos meia-noite, a depender do itinerário.

“As rodoviárias do Plano Piloto e de Taguatinga Norte funcionam como pontos de distribuição. De lá, os corujões partem para a grande maioria das cidades do DF”, explica o subsecretário de operações da Semob, Márcio Antônio de Jesus. “Essas linhas atendem a uma clientela que trabalha em hotéis, restaurantes, shoppings ou como vigilantes, por exemplo. Eles são os principais usuários. É um segmento da economia que vai até mais tarde”, pontua. O BRT opera até as 0h30, retomando as atividades às 5h. Intervalo esse em que um morador do Gama pode, por exemplo, embarcar em um “corujão” para chegar em casa.

São 17 linhas que operam entre 23h e 6h da manhã, com destino a cidades como Taguatinga, Ceilândia, Gama, Santa Maria, Riacho Fundo, entre outras. E mais 49 que se estendem até pelo menos meia-noite, a depender do itinerário | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Marcos Rezende, 53 anos, trabalha como vigilante em um shopping no Setor de Clubes Sul. Toma o ônibus no Jardim Ingá, em Luziânia (GO), até o Plano Piloto, por volta das 21h. De lá, segue para o serviço. Eventualmente, devido à escala de horário, pega o coletivo da meia-noite. “É muito bom o ônibus da madrugada. Funciona tão bem quanto os outros e atende a nossa necessidade”, adianta. “Como a cidade não para, as pessoas também não podem parar”, comenta, rindo.

Fumacê é melhor à noite

O trabalho de prevenção e combate à dengue também se estende para a noite. Enquanto equipes da Vigilância Ambiental e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) fazem as vistorias nos imóveis ao longo do dia, é quando o sol se põe que o conhecido fumacê ganha as ruas da capital. A partir das 18h, 120 camionetes da vigilância exalam o inseticida de ultrabaixo volume (UBV) nas RAs onde são identificadas a presença do mosquito Aedes aegypti.

A partir das 18h, camionetes da vigilância exalam o inseticida de ultrabaixo volume nas regiões onde é identificada a presença do Aedes aegypti | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Em uma caminhada noturna com os cachorros pela SQS 310, a professora Maria Luiza Menezes, 33 anos, avistou o veículo em serviço e parabenizou a ação. “É essencial. Já peguei dengue duas vezes e é uma doença terrível. Sabemos que o produto mata o mosquito transmissor”, diz. Ela lembra que o hábito de muitos durante o inverno pode contribuir nessa ‘luta’ contra a doença. “Nesse frio danado em Brasília, temos muita gente em casa, recolhida e que pode abrir suas janelas para o fumacê entrar”, conclui.

A professora não errou. O agente de vigilância ambiental em saúde Reginaldo Braga explica os horários adequados para a aplicação do UBV. “Estudos científicos apontam que é ao amanhecer ou ao crepúsculo – entre 18h e 22h – que a fêmea do mosquito busca o sangue para a maturação dos ovos. Portanto, é a hora de atacá-la”, observa ele, lembrando que no nascer do dia a eficácia é considerada menor, pois portas e janelas das residências geralmente estão fechadas.

Faixas de pedestres e sinalização de ruas: só mais tarde

De domingo a domingo, equipes da Diretoria de Engenharia de Trânsito do Detran passam a noite espalhadas pelas RAs recuperando estruturas viárias, preparando novas sinalizações nas vias ou pintando novas faixas de pedestres.

Pintura de novas faixas de pedestres no período noturno | Foto: Divulgação/Detran-DF

O serviço é feito à noite devido ao menor fluxo de carros neste turno. Um dos responsáveis por esse trabalho é o servidor Carlos Araújo, técnico de trânsito. Ele e sua equipe atuam nas vias de Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente, Brazlândia e Samambaia.

Recentemente, a via N2, próximo ao estádio Abadião em Ceilândia, ganhou duas faixas de pedestres, sinalização na pista e pintura de quebra-molas. Faixas pintadas também no Sol Nascente e Taguatinga Norte. “As demandas são intensas. Mas, vias novas que são construídas ou aquelas que são recapeadas têm prioridades para serem sinalizadas”, revela Araújo.

Assistência para quem precisa

Entre os diversos tipos de atendimento oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), um é ininterrupto: o prestado pela Unidade de Proteção Social 24 horas (UPS 24h). A unidade é acionada em situações de calamidade ou risco para a população. Além disso, os assistentes sociais da UPS 24h participam do trabalho de retirada de moradias irregulares feito pelo DF Legal. O objetivo é dar o devido atendimento às pessoas que ali estão.

O equipamento fica localizado na 615 Sul, onde servidores estão à disposição a qualquer hora da madrugada. “Temos situações de incêndio, de alagamento, desabamento, onde prestamos apoio à população. Entregamos colchões às pessoas, encaminhamos para um abrigo temporário e também já as incluímos na lista de benefícios oferecidos pelo governo”, explica o chefe da UPS 24h, Euzébio Xavier.

Atendimento oferecido pela Unidade de Proteção Social 24 horas | Foto: Ádamo Araújo/Sedes

Seja sábado, domingo ou feriado, a unidade segue em funcionamento e atende uma média de 400 famílias por mês.

Da redação do Lei & Politica

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