Nos últimos anos não houve registros de infecção aguda da enfermidade na capital, mas autoridades de saúde não param de atuar no controle ...
Nos últimos anos não houve registros de infecção aguda da enfermidade na capital, mas autoridades de saúde não param de atuar no controle
A data de 14 de abril está marcada no calendário como Dia Internacional da Doença de Chagas. A enfermidade, transmitida pelo inseto triatomíneo, popularmente chamado de barbeiro, pode levar mais de 20 anos para se manifestar. No Distrito Federal, porém, a doença não é uma ameaça.
A gerente de Vigilância das Doenças Transmissíveis (GVDT/Divep), Kenia Oliveira, destaca que as autoridades de saúde se mantêm em “constante vigilância de casos em humanos com exposição a esses insetos infectados”. Nos últimos anos, não houve registros de infecção aguda aqui.
A infecção ocorre da seguinte forma: o inseto pode carregar nas fezes o protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença. O barbeiro libera os dejetos na pele do ser humano enquanto suga o sangue. A pessoa, então, sente coceira, leva a mão ao local da picada e acaba fazendo contato das fezes com a pele, contaminando a corrente sanguínea.
A transmissão pode ocorrer ainda de mãe para filho durante a gravidez. Por isso, a GVDT também monitora mulheres gestantes. “Mas até o momento não temos notificações de casos agudos da doença”, assegura Kenia Oliveira.
Nos últimos três anos, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), responsável pelo controle dos vetores de doenças endêmicas e de animais peçonhentos, capturou 931 barbeiros, sendo 204 no ano passado, 607 em 2020 e 120 em 2019. Dos 931 barbeiros capturados entre 2019 e 2021, apenas 46 estavam contaminados com o protozoário que causa a doença de Chagas.
Quem encontrar um barbeiro pode capturá-lo com cuidado, evitando contato direto, e levá-lo a um dos 83 postos de informações de triatomíneos (PITs) espalhados pelo DF
Como proceder
Quem encontrar um barbeiro pode capturá-lo com cuidado, evitando contato direto, e levá-lo a um dos postos de informações de triatomíneos (PITs) espalhados pelo DF. Há 83 deles pela capital, sendo 67 em escolas, postos de saúde e ou outras entidades públicas.
Outros 15 ficam nas sedes dos Núcleos Regionais da Vigilância Ambiental em Saúde/Inspetorias, um na Universidade de Brasília (UnB) e outro na sede da Dival. A lista com todos os endereços pode ser consultada no site da Secretaria de Saúde.
Quando não for possível o deslocamento, os servidores da Dival também podem ir ao local onde o inseto suspeito foi encontrado. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, exceto feriados e finais de semana. Se houver a confirmação de que se trata de um barbeiro, são acionadas medidas de controle.
A pesquisadora em Ciências da Saúde Vilma Ramos Feitosa, bióloga da Dival, reforça o papel do morador na vigilância contra o inseto. “O barbeiro só aparece à noite, para se alimentar. Na busca diurna é possível encontrá-lo, mas é muito difícil, porque ele se esconde bem para ninguém o incomodar. A importância do morador é essa: aquele que mora e cuida verá com mais precisão qualquer inseto suspeito”, diz.
Com informações da Secretaria de Saúde do DF
Nenhum comentário