A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Câmara Legislativa realizou audiência pública nesta segunda-feira (28) em comemoração ao Dia Inter...
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Câmara Legislativa realizou audiência pública nesta segunda-feira (28) em comemoração ao Dia Interna...
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Câmara Legislativa realizou audiência pública nesta segunda-feira (28) em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down – data celebrada, anualmente, em 21 de março. Na ocasião, familiares de pessoas com essa condição genética e militantes da área de inclusão de pessoas com deficiência apontaram o preconceito, a falta de oportunidades e a não-implementação de políticas públicas como os maiores desafios e obstáculos.
“Uma das frentes mais pesadas ainda é o preconceito e o ‘bullying’. Temos caras feias e atravessadas para nossos filhos estarem nos espaços na sociedade”, disse Cléo Bohn, da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD).
Na mesma linha, falou o diretor da Associação DF Down, José Augusto Façanha: “Rogo para que o preconceito seja dissipado de uma vez por todas. Meu filho Gustavo concluiu o nível médio, toca teclado, faz teatro há 12 anos e fará vestibular para artes cênicas”. E completou: “Nossos filhos têm muita capacidade, o que falta é oportunidade”.
O advogado Felipe Ponce, que milita na área de inclusão, lamentou que muitos ainda vejam as pessoas com Down como se não tivessem condição de se desenvolver, de trabalhar e de casar. “A limitação está nos olhos de quem vê”, pregou.
O papel da família
A terapeuta Deidmaia Lima, do Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown), chamou a atenção para a importância da família no desenvolvimento das pessoas com trissomia do 21. Para ela, ver a criança como capaz “faz toda a diferença”. O CrisDown, informou a profissional, funciona há nove anos no Hospital da Asa Norte (Hran), e atende duas mil pessoas, desde gestantes com fetos diagnosticados com a síndrome até adultos com Down. Lima ressalta que, com oportunidade, essas pessoas têm conquistado vagas de trabalho, moram sozinhas e ganham autonomia.
Diva da Silva Maria, presidente da Apae/DF, contou sua experiência pessoal como mãe de um homem de 50 anos que tem Síndrome de Down: “Ele tem quase 19 anos de contribuição no INSS, já trabalhou na Câmara dos Deputados, no McDonald’s. A família tem que apoiar e acreditar que aquela pessoa é capaz. A família é a base fundamental para as pessoas com deficiências intelectuais”.
A função do Estado
José Façanha também falou da responsabilidade do Estado com as pessoas com Down. Ele reclamou da não-implementação de várias políticas públicas correlatas. “As leis existem, elas precisam ser executadas. A lei não é uma esmola, ela precisa ser cumprida”, frisou.
O secretário da Pessoa com Deficiência do DF, Flávio Pereira dos Santos, argumentou que a secretaria é nova, mas que tem como “missão” mudar a situação das pessoas com todos os tipos de deficiência. Ele elencou ações em várias áreas (esportes, mobilidade, emprego etc.) voltadas para diversos segmentos. Ao parabenizar os que militam pelos direitos das pessoas com Down, disse: “Diariamente, essa temática deve ser vista, valorizada e trabalhada, para que os direitos sejam garantidos e a cidadania efetivada”.
Data comemorativa
O dia 21/03 não foi escolhido, por acaso, para a conscientização sobre a Síndrome de Down: as pessoas com essa mutação genética possuem três cromossomos 21, em vez de dois. A data foi criada em 2006 pela organização Down Syndrome International (DSI), do Reino Unido. O tema deste ano foi: “O que significa a inclusão?”. Segundo o IBGE, há cerca de 300 mil brasileiros com a trissomia do 21.
Da redação com informações da Agência CLDF
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