Indigenista alemão retratou povos da América do Sul; material doado pela embaixada para a secretaria é do início do século 20 A Secretari...
Indigenista alemão retratou povos da América do Sul; material doado pela embaixada para a secretaria é do início do século 20
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) recebeu, na manhã desta sexta-feira, (9), um tesouro incalculável: 52 fotografias de Michael Kraus e sete do etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg (1872 – 1924), um dos maiores estudiosos dos povos originários da América do Sul, sobretudo os venezuelanos e brasileiros da região Amazônica. A doação veio pelas mãos do adido de imprensa e cultura da embaixada da Alemanha, Joachim Schemel, em encontro com o secretário Bartolomeu Rodrigues, no gabinete da pasta.
“Vamos cuidar desse acervo com todo o cuidado que ele merece, pela sua importância cultural, bem como por sua referência acadêmica para pesquisadores e interessados no tema indígena. São registros que nos levam a refletir sobre a sobrevivência das culturas primitivas do continente sul-americano com textos e fotos originais da época”, celebrou o titular da Secec.
Com alta relevância na pesquisa indígena mundial, Theodor Koch-Grünberg foi um dos primeiros indigenistas a terem contato com os índios da etnia Terena, tendo sido de expressivo valor para a antropologia brasileira. Os quadros doados farão parte do acervo permanente do Memorial dos Povos Indígenas (MPI).
As obras doadas à Gerência de Acervo da Secec são fotos originárias das mostras Índios no Alto Rio Negro – Nos rastros do etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg, de Michael Kraus, composta de fotografias de uma viagem à terra indígena Alto Rio Negro, realizada em junho de 2001, e Exposição Fotográfica de Theodor Koch-Grünberg ao Alto Rio Negro (1903-1905), com textos e fotos originais da época.
Origem de Macunaíma
O representante da embaixada da Alemanha ressaltou que o órgão internacional é líder em iniciativas que fortaleçam a cultura do povo brasileiro e que a intenção é sempre manter um relacionamento estreito com representantes que preservam a história e a origem da cultura do país.
“Agradecemos a parceria e estamos confiantes na contribuição que essas fotografias vão proporcionar para o resgate das tradições e origens dos povos indígenas do Brasil”, disse.
Responsável pela Gerência de Acervo da Secec, Aline Ferrari celebra a parceria com o organismo internacional, com a certeza que essa doação enriquecerá o acervo do MPI, além de facilitar a criação de exposições imediatas no equipamento cultural.
“Essas fotografias mostram, com riqueza de detalhes, as comunidades indígenas do sul do Mato Grosso, norte do Brasil até os povos indígenas da Venezuela. Ele era um pesquisador apaixonado pelos nossos povos indígenas”, enfatiza.
Theodor Koch-Grünberg estudou a mitologia, as lendas, a etnologia, a antropologia e a história dos povos originários. As narrativas dos mitos dos povos indígenas pela tríplice fronteira entre Brasil-Venezuela-Guiana permitiram que o mito de Macunaíma chegasse aos olhos do escritor Mário de Andrade, um apaixonado pelo folclore e cultura indígena, criando assim o livro homônimo, obra-prima da literatura brasileira.
O grande vencedor da 52º edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), Por Onde Anda Makunaíma? mostrou a importância do etnólogo na popularização do mito indígena na arte.
Com informações da Secec
Nenhum comentário