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Pesquisa vai apurar situação de capivaras do Lago Paranoá

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Estudo será feito pela Universidade Católica de Brasília (UCB), com recursos do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam)

As capivaras urbanas serão tema do estudo científico Identificação e Monitoramento da População de Capivaras no Lago Paranoá. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (1º), pelo secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, durante webinário de abertura da Semana do Meio Ambiente. O trabalho será desenvolvido pela Universidade Católica de Brasília (UCB), com recursos do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam) e duração prevista de 12 meses.

O objetivo é estimar, por meio de censos e avaliação da qualidade do habitat, a variação do número de capivaras e condições gerais de vida, para subsidiar políticas públicas e reduzir conflitos com a população humana. Para tanto, a pesquisa terá foco especial na divulgação de informações e resultados de campanhas de educação ambiental.

Hábitos e população das capivaras serão alvo do estudo| Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

De acordo com Sarney Filho, a iniciativa vai possibilitar que a população de capivaras seja mensurada, com levantamento das condições aparentes de saúde e identificação dos locais de maior incidência da espécie. “Além disso, serão identificados os locais de maior ocorrência de carrapatos na orla do Lago”, relata o secretário. “Para tanto, a pesquisa vai utilizar dados de estudos anteriores para informações correlatas referentes à saúde, riscos de zoonoses e densidade populacional para fins de comparação.”

Monitoramento

O trabalho, que fornecerá subsídios para uma política de manejo e monitoramento, será coordenado pela professora da UCB Helga Correa, doutora em Ecologia pela Universidade de Brasília, e pelo pesquisador voluntário José Roberto de Alencar Moreira, doutor em Reprodução e Manejo de Capivaras pela Universidade de Oxford.

O pró-reitor da UCB, Edson Cortez Souza, destaca a importância da parceria entre a academia e o setor público. “Esperamos que os pesquisadores possam voltar com um bom diagnóstico e com prospecção de ações que possam ser executadas com o que chamamos de atividades de extensão, uma prática que faz parte do DNA da universidade”, afirma.

Objetivos principais do estudo:

* Estimativa do tamanho e variação populacional de capivaras na orla do Lago Paranoá ao longo de um ano e em comparação com levantamentos prévios, subsidiando a tomada de decisão em relação a políticas públicas futuras;
* Identificação de locais preferenciais de ocorrência de grupos de capivaras, associando com o tipo de uso e cobertura do solo em 100% da orla do Lago Paranoá;
* Identificação de áreas com maior ocorrência de carrapatos e verificação da necessidade de um manejo de vetores;
* Produção de um sumário executivo consolidando os principais resultados em um leque de decisões que contenha os indicadores e as ações de manejo necessárias em cada caso;
* Desenvolvimento de ação educativa ambiental geral sobre a espécie e seus hábitos de vida e noções de boa convivência com a fauna silvestre;
* Divulgação de informações produzidas pelo estudo por meio de materiais educativos;
* Produção de textos científicos (artigos, ensaios, propostas de aulas práticas);
* Interação, em caráter de educação ambiental, com administrações regionais e projetos do GDF, como o Parque Educador.

Estimativas anteriores

Um levantamento sobre a população de capivaras no Lago Paranoá feito entre agosto e dezembro de 2000 identificou a densidade de 0,75 animais/km linear na Área de Preservação Permanente (APP) do lago.

Em 2017, estudantes do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) desenvolveram um projeto de pesquisa para quantificar e georreferenciar os registros de capivaras na região do Lago Paranoá. Os resultados preliminares do estudo indicaram 395 indivíduos ao longo da orla, identificados em 22 pontos.

Nos braços que compõem a margem sul do lago, foram mapeados 14 pontos e 298 indivíduos. Nos braços da margem norte do Lago Paranoá, foram mapeados oito pontos e 97 indivíduos, sendo 238 adultos e 157 filhotes. Um diagnóstico detalhado e contínuo permitirá avaliar se existe uma superpopulação dessa espécie na orla do Lago Paranoá.

Com informações da Secretaria de Meio Ambiente e do Instituto Brasília Ambiental

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